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Original Articles

Orthographic profile of schoolchildren after returning to in-person classes in times of pandemic

Perfil ortográfico de escolares após retorno as aulas presenciais em período de pandemia

Alina Flávia Corrêa Naitzke, Cristina Dos Santos Cardoso De Sá

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Abstract

Purpose: to assess the orthographic profile of schoolchildren, after returning to in-person classes, during the pandemic.

Methods: a cross-sectional, quali-quantitative study involving 50 children aged 9 and 10 years old, enrolled in the 4th grade of private schools. Participants were divided into two groups based on the teaching modality adopted in the second semester of 2021: a hybrid group (remote and in-person learning) and a fully in-person group. Data collection occurred through teacher referrals, who also completed a questionnaire on the students’ academic performance. The collective version of the Pró-Ortografia protocol was used, including dictation tasks (words, pseudowords, and pictures) and written production. Data were analyzed using the Student’s t-test with a 5% significance level.

Results: the hybrid group showed a significantly higher average of phoneme-grapheme correspondence rule-based errors in the pseudoword dictation (6.1 ± 3.3) compared to the in-person group (4.4 ± 2.1; p = 0.001). Significant differences were also found in accentuation errors in both pseudowords (1.3 ± 0.7 vs. 0.7 ± 0.9) and words (9.9 ± 4.8 vs. 7.2 ± 4.5), both with p = 0.001.

Conclusion: hybrid teaching was associated with a higher frequency of orthographic errors, suggesting negative impacts on orthographic learning.

Keywords

Pandemics; Education, Distance; Learning; Education, Primary and Secondary

Resumo

Objetivo: avaliar o perfil ortográfico de escolares após o retorno às aulas presenciais durante a pandemia.

Métodos: estudo transversal, de abordagem quali-quantitativa, com 50 crianças de 9 e 10 anos, do 4º ano de escolas privadas. Os participantes foram divididos em dois grupos conforme a modalidade de ensino no segundo semestre de 2021: grupo híbrido (ensino remoto e presencial) e grupo presencial (ensino totalmente presencial). A coleta de dados ocorreu mediante encaminhamento dos professores, que também responderam a um questionário sobre o desempenho acadêmico dos alunos. Utilizou-se a versão coletiva do protocolo Pró-Ortografia, com provas de ditado (palavras, pseudopalavras e figuras) e produção escrita. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, com nível de significância de 5%.

Resultados: o grupo híbrido apresentou média significativamente maior de erros do tipo correspondência fonema-grafema no ditado de pseudopalavras (6,1 ± 3,3) em comparação ao grupo presencial (4,4 ± 2,1; p = 0,001). Também foram observadas diferenças significativas nos erros de acentuação em pseudopalavras (1,3 ± 0,7 vs. 0,7 ± 0,9) e palavras (9,9 ± 4,8 vs. 7,2 ± 4,5), ambos com p = 0,001.

Conclusão: o ensino híbrido esteve associado a maior frequência de erros ortográficos, sugerindo impactos negativos na aprendizagem da ortografia.

Palavras-chave

Pandemias; Educação a Distância; Aprendizagem; Ensino Fundamental e Médio

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Submitted date:
12/09/2024

Accepted date:
07/10/2025

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